quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Alimentar-se do amor

Que virtude há em amar,
Se não é possível, louvável,
Autorizado viver de amor?
Que sabor há em amar,
Senão caminhar de mãos dadas?
Que valor há em amar,
Sem dormir em teus braços,
Sonhar contigo?
Ah, a dor desse desgosto,
Dessa infâmia, dessa perda,
A dor desse tempo, dessa eternidade.
A dor da realidade.
Esse amor paralelo,
Quente e tão frio, doce e tão amargo,
Eterno e tão finito, colorido e tão cinza.
Que felicidade há num pingo de oceano,
Senão banhar-se completamente?
Que resta a um amor assim,
Senão mais mil anos?
Que resta a quem sofre,
Senão a espera, a solidão, a dor?
Que resta a quem ama,
Senão amar e amar?
Alimentar o amor,
Alimentar-se do amor...


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