segunda-feira, 24 de maio de 2010

Parar o tempo

Eu queria parar o tempo.
Para ter o seu olhar
Se encontrando com o meu,
Sentir o seu toque, o seu carinho
E não me preocupar com a hora de ir...
Eu queria estar com você
Dia e noite,
Acordar ao seu lado todas as manhãs,
Fechar os olhos e saber
Que o seu perfume que sinto
Não é a saudade me fazendo delirar,
É você ao meu lado!
Eu quero te dar todo o meu amor
E se você se cansar,
Inventar outras mil maneiras
De te amar.

FRIO

O frio chegou...
Não, não o inverno,
O frio!
O frio das noites sem teu colo,
O feio dos dias sem a luz dos teus olhos...
Ah, que saudade do calor...
Não, não do verão,
Do calor!
Do calor do teu sol,
Do calor do teu sorriso,
Do calor do teu abraço...
Ah, que saudades do tempo
Em que você fazia primavera,
Que você fazia chover quando tudo estava seco,
Que você fazia ventar quando quente demais...
Ah, que saudades da vida
Que tua vida me trazia!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Longe

Longe de mim, contrariar os que me cercam, mas esse brilho está mais me machucando que iluminando... A verdade é que desde que tudo isso começou, a confusão mais me fez bem do que mal. Talvez por eu ter nascido pra viver assim, talvez porque o sentimento é maior que o medo, talvez por me sentir viva novamente... Não sei.
Só ontem percebi a dimensão de tudo isso. Eu vivi tanto tempo pensando que sabia das coisas, que já tinha entendido como funcionava o amor, mas não sei nada. Ontem percebi que toda aquela casca não é nada, que eu não sou nada.
Eu quis correr gritando por entre as pessoas, pra que todos vissem o que eu escondi, eu quis chorar até que meu corpo sumisse, e me vissem só a alma, eu quis fugir para o fim dessa história, quis avançar o tempo pra saber o final do livro. Eu quis virar a página, mas não deu. Eu quis morrer de novo, eu quis viver de novo. Ontem eu quis que nada tivesse acontecido, porque eu vi tudo errado. Nunca eu quis tanto que minha garganta estivesse errada, e que esse nó não era nada. Eu quis que não fosse mais que só um nó.
O espelho em que eu me via quebrou. Fiquei sem a imagem, me restou só a lembrança do que eu era, do que eu tinha... Viver, ontem, doeu mais do que nascer. E oque me restou? Nem as canções falam sobre o que eu sinto, nem nas poesias achei as palavras certas. Nem em minhas próprias palavras achei meu sentimento. A distância derrubou meus castelos, desfez aquelas cartas, tudo que havia sido eternizado... meu coração chorou, perdeu a forma, o foco. E eu nem entendo como aconteceu. Não quero entender, não quero me explicar, não quero nada pra mim. Eu queria que fosse nós.
E quem vai me dizer que é impossível? Quem vai me convencer de que o que houve não existiu? Que era uma farsa... Não. Vai mudar, mas passar não vai. É em meu olhar que está a verdade. O erro foi meu, corri pra alcançar, e talvez tenha corrido na direção errada. Agora não posso mais caber naquele espaço, e não sei se fui eu que cresci, ou o espaço que diminuiu.
O amor supriu a falta de passado, criou, como que por magia, uma história, e nossos segredos deixaram de ser secretos. A vida solta, num instante se tornou um barbante. E os barbantes se cruzaram em um imenso nó, que agastou nossas vozes. Eu gritei, mas você não ouvia mais. Tanto te procurei, e quando achei, não passou de passado.
Quando morre uma ilusão, renasce a poesia.